O Museu de Congonhas sediou o segundo encontro de 2025 do Ecossistema de Inovação do Alto Paraopeba (INOVAP). Este foi instituído pelo SEBRAE em 2020, envolvendo Congonhas, Conselheiro Lafaiete e Ouro Branco. Os participantes que representam o poder público, instituições como entidades e o meio acadêmico, além de empresas participaram de um Workshop. A iniciativa pretende criar uma estrutura organizada que envolva os principais atores e instituições regionais para criar um ambiente que facilite a abertura e o crescimento de novos negócios com base na inovação e na tecnologia. Com esta estratégia, será possível diversificar a economia da região.

Algumas empresas já se instalaram como efeito deste movimento. Com a participação do CODAP, será possível ao INOVAP envolver novos municípios e fortalecer ainda mais o território.
O SEBRAE fomenta o INOVAP e outros ecossistemas de inovação, oferecendo metodologias, consultorias, conexões e participando de eventos. “O INOVAP está em um momento muito positivo de aproximação cada vez maior, o que deve gerar resultados já no curto prazo. Já percebemos maior evolução, muita vontade das instituições, do poder público, empresas e de outros envolvidos”, comenta Luiz Fernando Selap, consultor técnico do Programa ALI Ecossistema em Minas Gerais. A entidade privada que promove a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos empreendimentos de micro pequenas empresas atua também nos ecossistemas de Minas Gerais como Santa Rita do Sapucaí, Viçosa e Itajubá.
Instituições de ensino também integram o Ecossistema Regional de Inovação do Alto Paraopeba. “A UFSJ contribui para o INOVAP na divulgação e fomento a pesquisas que envolvam a passagem de uma pesquisa por um laboratório, antes que ela chegue ao mercado. Estar no INOVAP é fazer com que nós, pesquisadores, viremos a chave. Porque agimos, muitas vezes, de forma tradicional, produzindo pesquisas acadêmicas que ficam restritas a artigos e ao ambiente acadêmico. Com o INOVAP, percebemos como elas conseguem contribuir para o avanço da tecnologia, que chega ao mercado e contribui para este também”, explica Igor Boggione, professor de Termodinâmica e Nanotecnologia da UFJS.
O mesmo ocorre com a iniciativa privada, que também já colhe resultados do movimento. Deyvison Gonçalves, proprietário da empresa SECOND MIND, que fabrica software, afirma que “o INOVAP é um marco tecnológico da região e contribuiu demais para o crescimento da empresa, abrindo portas para o IFMG, para a Vale, para a qual prestamos serviços, nos permitiu criar muitos talentos da região. Temos funcionários e estagiários das universidades da região, o que se deve ao que o INOVAP está fazendo na região”.
Congonhas inova
O atual Governo Municipal de Congonhas criou a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, liderada pela professora e aluna da primeira turma da UFSJ/Campus Alto Paraopeba, Rina Dutra. “Esta pasta pretende contribuir para diversificar a economia através do estímulo do empreendedorismo tecnológico – empresas de base tecnológica e da cultura científica”, explica.
“Ao desenvolver eventos como este junto ao INOVAP, conseguimos agregar as ações da Prefeitura com as ações regionais, o que fortalece o movimento. Se é desenvolvida a cultura do empreendedorismo em uma escola e se o aluno consegue perceber que as cidades vizinhas desenvolvem ações correlatas às dele, ele consegue explorar melhor esta oportunidade. Da mesma forma, já no final da cadeia, se jovens que já tenham ideias que, no âmbito das políticas públicas, transformam-se em empresas de base tecnológica para o Município, criam, assim, condições para que nossa cidade e região demonstrem no cenário regional e nacional que agregamos valor a produtos e serviços, o que fortalece o ecossistema como um todo. Então eventos como este constroem uma governança para fortalecer o ecossistema e tornar a região referência nacional nesta área”, explica Rina Dutra.
Presente ao evento, o prefeito Anderson Cabido, que é analista técnico do SEBRAE, apresentou um histórico do desenvolvimento do tema em Congonhas.
“Estamos muito empenhados em reduzir a dependência que Congonhas possui da mineração. O turismo é um caminho, por isso nossos governos sempre investiram muito na conservação de nosso patrimônio histórico e em equipamentos que o valorize, como é o caso do Museu de Congonhas, que terá sua segunda etapa edificada em breve. Outro caminho é o da ciência, tecnologia e inovação. Em 2008, o Município fez a opção de diversificar sua economia através da ciência e tecnologia, por isso fizemos um movimento para trazer para a nossa cidade e região os campus do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) e da Universidade Federal de São João Del Rei (UFJS). Os cursos disponibilizados inicialmente, propositalmente, não possuíam relação nenhuma com a mineração, como as engenharias química, mecatrônica, de telecomunicações, de bioprocessos, entre outras. A forma de se diversificar pelo caminho da inovação é, em primeiro lugar, reunir produção de conhecimento. O que seria do Vale da Eletrônica, em Santa Rita do Sapucaí, se não fosse Sinhá Moreira, fundadora da primeira escola técnica eletrônica de nível médio da América Latina, em Santa Rita do Sapucaí-MG? Depois é que vieram o Inatel e outras instituições. No Alto Paraopeba, o conhecimento mais refinado sobre tecnologia foi introduzido em 2008 e já está na hora de eles produzirem o que foi pensado à época. Este trabalho pretende gerar resultados que impactem na configuração econômica de nosso território, que se baseia excessivamente na cadeia mineral. Criamos a Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação, com a missão de ‘fazer o piruá virar pipoca’”, diz o prefeito, sintetizando em uma expressão popular toda a transformação que precisa ocorrer.

Desenvolvimento Regional
Anderson Cabido também considera improvável que esta transformação aconteça somente em um município e que é necessário envolver cidades vizinhas, fortalecendo o ecossistema de inovação. ”Mesmo porque há potencialidades em Congonhas, Ouro Branco e Conselheiro Lafaiete, que, se de forma competente, forem conjugadas, conseguimos acelerar o processo de transformação econômica do território. Então reforçamos nosso integral compromisso com a proposta do INOVAP, que cria oportunidade para nossos jovens e trabalhadores de Congonhas e toda a região”.
Conforme estabelece a Constituição Federal, foram criados os consórcios públicos e conselhos regionais desde 2005, a começar pelo CODAP. Como presidente deste consórcio público, Anderson Cabido propõe que o modelo de governança do INOVAP exerça o controle social por meio de um Conselho Regional de Ciência, Tecnologia e Inovação, com participação governamental e das demais representatividades. Este deverá ser o órgão deliberativo da política regional de ciência, tecnologia e inovação, construída por representantes dos três municípios. Da política, devem constar um plano, audiências públicas, conselho para controle social, um fundo de financiamento da política pública e o órgão executor dessa política, que seria, por sugestão do prefeito de Congonhas, o CODAP. O Consórcio reúne as condições jurídicas necessárias para colaborar com a condução deste processo. “O consórcio poderia criar uma Secretaria Regional de Ciência e Tecnologia para cuidar desta área. A iniciativa seria rápida, muito viável e a baixo custo”, informa.
A Prefeitura de Congonhas, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, almeja um Mapeamento do Ecossistema de Startups da região do Alto Paraopeba com o objetivo de identificar e categorizar as startups ativas, compreender suas necessidades e promover conexões estratégicas para impulsionar a inovação local.
Preenchimento o formulário acessando o link: bit.ly/mapeamento-startups-alto-paraopeba
Por Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Congonhas
