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terça-feira, 08 julho 2025

Nuvem de poeira atinge Congonhas e Prefeitura endurece ações de fiscalização

Na manhã da última terça-feira, 24 de junho, uma nuvem de poeira tomou conta do céu em Congonhas, especialmente na região do bairro Pires. O fenômeno chamou a atenção da população e mobilizou a fiscalização ambiental da Prefeitura.

Diante do episódio, equipes de fiscalização visitaram empresas de mineração da cidade para verificar quais medidas estão sendo adotadas para o controle da poeira. Caso seja constatado que a poeira está sendo gerada por atividades das mineradoras, as empresas são autuadas e cobradas oficialmente a apresentar respostas e ações corretivas.

O prefeito Anderson Cabido e o secretário de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, João Lobo, também estão atuando diretamente na questão. Um ofício está sendo enviado a todas as empresas de mineração que atuam em Congonhas, cobrando medidas mais rigorosas de controle ambiental. O documento também apresenta dados das estações de monitoramento da qualidade do ar, que auxiliam na identificação das principais áreas afetadas e da origem da poeira.

Diante dos registros apresentados, a Prefeitura exige que as empresas adotem medidas eficazes para remediar os danos já observados e prevenir novos episódios de poluição:

Acionar os protocolos dos Planos de Mitigação da Estação Seca apresentados em relatórios;

Designar um funcionário exclusivamente para monitorar áreas da operação que estejam levantando poeira e aplicar medidas corretivas (como umectação ou uso de polímeros);

Umectar áreas visivelmente secas;

Manter aplicação contínua de umectação com caminhões-pipa em todas as pilhas e vias internas;

Utilizar telas de contenção, barreiras físicas e cortinas vegetais, quando possível;

Aplicar polímeros ou produtos aglutinantes para fixar a superfície das pilhas;

Cobrir pilhas com laterita ou outras argilas de granulometria mais alta;

Adotar cobertura temporária ou definitiva nas pilhas de material fino;

Intensificar o monitoramento meteorológico local para ações preventivas;

Reforçar a comunicação com a SEMAM sobre medidas adotadas e incidentes observados.

Além disso, um estudo mais detalhado está em andamento por meio de uma parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Pesquisadores da instituição estão coletando amostras de poeira nas ruas da cidade durante 15 dias para identificar, por meio de análise técnica, de onde exatamente está vindo a poluição — um processo chamado informalmente de “DNA da poeira”.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente entende que o problema da qualidade do ar em Congonhas é complexo, multifatorial e de difícil solução. Envolve variáveis ambientais, operacionais e urbanas que não podem ser resolvidas com medidas isoladas ou paliativas. Por isso, a pasta tem buscado o apoio de tecnologias de ponta para enfrentar o desafio de forma mais eficiente e precisa. Estão sendo firmadas parcerias com universidades, empresas de inovação e também com outros setores do poder público, com o objetivo de desenvolver soluções mais robustas e integradas, capazes de monitorar, diagnosticar e mitigar os impactos da poluição atmosférica no município.

Apesar da complexidade, algumas soluções já vêm sendo colocadas em prática. Entre as medidas adotadas, destacam-se os planos emergenciais de limpeza com caminhões-pipa nos bairros mais afetados, como Pires, Lobo Leite e Jardim Profeta. Também estão sendo realizadas blitzes para verificar a limpeza dos veículos em circulação, além de parcerias e termos de cooperação voltados à manutenção das vias públicas. Outra iniciativa importante é a elaboração do Inventário de Emissões, que permite mapear as principais fontes de poluentes. E, sobretudo, a fiscalização ambiental rotineira nas empresas potencialmente poluidoras tem sido essencial para garantir o cumprimento de medidas como revegetação de áreas degradadas, uso de supressores de poeira, lavadores de rodas em veículos e outras ações mitigadoras que ajudam a reduzir o impacto ambiental.

No entanto, como o problema da qualidade do ar é estrutural e ainda está longe de ser totalmente resolvido, medidas mais complexas também precisam ser tomadas. É fundamental que todos os atores envolvidos — poder público, setor produtivo e população — atuem de forma conjunta e colaborativa. Nesse sentido, estão em andamento estudos para firmar convênios com universidades da região, com o objetivo de desenvolver mecanismos avançados de monitoramento e identificar soluções de longo prazo. Um destaque importante é o convênio, já em fase final, com a Universidade Federal de Minas Gerais, que busca estudar formas eficazes de mitigar os eventos de poeira. Entre as ações previstas estão o mapeamento das áreas mais críticas, a construção de modelos matemáticos para prever com antecedência episódios de maior risco, a contagem e análise do fluxo de veículos e, ainda, o fortalecimento das ações de conscientização e educação ambiental em todos os níveis da sociedade.

Do ponto de vista tecnológico, importantes avanços também já estão em curso. Atualmente, a cidade conta com 13 estações de monitoramento, sendo sete de qualidade do ar, cujos dados são analisados diariamente para orientar ações imediatas. No entanto, já está em estudo a ampliação desse sistema, com a possível implantação de novas estações em pontos estratégicos e a sondagem de tecnologias mais modernas, como sensores a laser capazes de identificar com precisão as fontes de emissão — uma inovação que, se concretizada, será pioneira em todo o estado. Além disso, há discussões sobre o uso de inteligência artificial para prever padrões de emissão com maior precisão, e parcerias estão sendo avaliadas para a construção de estações próprias, ampliando a autonomia e a capacidade de resposta das autoridades ambientais.

Por Secretaria de Comunicação/Prefeitura de Congonhas

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